A cidade de
Matosinhos já conheceu melhores dias para nela se viver. Era, ao tempo, uma
cidade muito mais pacata, em que os arruamentos tinham sido pensados para
servir as respectivas populações (residentes ou forasteiros), em que os
transportes públicos encostavam aos passeios, nas respectivas paragens (não
paravam no meio da rua, parando todo o trânsito), o comércio tradicional não
era uma miragem.
A abertura da
ligação do IP4 ao centro da cidade (Av. da Liberdade, logo seguida da Av. da
República) trouxe o caos, com centenas de automóveis que se dirigem para a
cidade do Porto. Nem os sistemas de sentido único, nem os semáforos podem de
algum modo evitar toda aquela confusão.
Os semáforos,
quando funcionam, não estão em sincronia uns com os outros (obrigando a
paragens sucessivas), o estacionamento é caótico e as ruas de sentido único
complicaram o que era simples.
Matosinhos
deve ser, assim, a única cidade do Mundo em que uma rede de auto-estradas entra
pela cidade dentro sem que tenha sido preparada para isso.
* * *
Foi
inaugurado, há poucos dias, um parque – o Parque das Austrálias – com uma área
de 16.000 m2, localizado a Poente do IP4, fronteiro ao Tribunal Judicial de
Matosinhos, limitado a Sul pelos acessos à auto-estrada, e a Poente por ruas
sem saída.
Como chegar
até ele?
Por onde se
entra?
* * *
Foi, não há
muito tempo, inaugurado, em Leça da Palmeira, um parque de estacionamento que
terá custado largas centenas de milhares de euros dos nossos impostos, que seria
para servir as praias.
Mas o mesmo
encontra-se encerrado desde há algum tempo.
Porquê?
Sendo de
utilização gratuita, o mesmo tem elevados custos para o erário municipal: água,
electricidade, limpeza e salários dos funcionários.
Será por isso
que continua fechado?
Se, por
ventura, for essa a razão, não foram feitos os estudos prévios para o custo da
obra e sua manutenção e conservação antes da sua construção?
* * *
Na
praia de Leça da Palmeira, junto ao Farol, encontra-se montada uma tenda
branca, com algumas mesas e cadeiras no seu interior, sem que se vislumbre para
o que é.
Não
existe qualquer indicação do que lá se passa.
Independentemente
do seu destino, não haveria outro local, em Leça da Palmeira, numa zona de
melhores acessibilidades (mais perto dos transportes públicos e dos
estacionamentos), por exemplo, nos jardins envolventes do “Forte Nossa Senhora das Neves”?
Nem
todos têm automóvel para as suas deslocações e nem todos têm a mesma
possibilidade de se locomoverem até ao local.
In Jornal de Matosinhos nº 1751, de 11 de Julho
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