O termo plafonamento é de raiz francesa, significando tecto e tem sido muito utilizado ultimamente,
na discussão política, a propósito das pensões a pagar no futuro, sem que os
eleitores sejam devidamente esclarecidos.
Estão, no terreno político, dois tipos de plafonamento:
um vertical e outro horizontal.
Vejamos, então, o significado do plafonamento das
pensões:
»» Plafonamento
vertical – no futuro, as contribuições para a Segurança Social (a TSU dos
trabalhadores), diminuirão progressivamente, passando os 11% para os 10%, 9%,
8%, 7%, e voltando, depois, a subir progressivamente até atingir o patamar
anterior dos 11%.
Este sistema vai implicar uma queda no valor das pensões futuras,
a todos os trabalhadores, porquanto a respectiva contribuição baixará. Todos,
durante uns tempos, verão os seus salários aumentar na medida em que baixam os
descontos, sendo que, posteriormente, terão a outra face da moeda: a diminuição
das respectivas pensões de reforma.
Com esta medida pretende-se aumentar o consumo interno
com o consequente aumento do número de trabalhadores. Poderá ter um contra: o
consumo interno aumentar por via do aumento das importações e não da produção
interna.
»» Plafonamento
horizontal – no futuro, os descontos para a Segurança Social (a TSU dos
trabalhadores), a actual taxa não sofrerá alteração mas a partir de um certo
nível salarial, digamos 6 salários mínimos (ainda se não sabe qual o tecto
salarial para este efeito), o desconto está limitado a esse máximo. Quem desejar
que, no futuro, a sua pensão seja superior, descontará, livremente, para um
fundo do tipo do Plano Poupança Reforma, muito popular há uns anos (enquanto
deu benefícios fiscais!) ou descontará voluntariamente para a Segurança Social.
Deste modo, acabar-se-ão as pensões douradas de vários milhares de euros, porque as pensões
passarão a ter um limite máximo, um tecto, um plafond. É o que vigora, por
exemplo, na Suíça.
Como as pensões são pagas pelos trabalhadores do activo (assim vai continuar a ser no futuro) com a ausência das pensões mais elevadas (as pensões douradas) o esforço dos trabalhadores futuros será menor.
            Claro
que isso implicará, se e quando o novo esquema estiver a funcionar, uma
diminuição das receitas da Segurança Social, mas, por enquanto, não se pode
calcular já que se não conhece, hoje, o tecto a partir do qual deixarão de
descontar voluntariamente para a Segurança Social nem o número de trabalhadores
abrangidos por esta medida.
Há duas razões fundamentais para a crise da Segurança Social:
uma maior esperança de vida dos reformados/pensionistas e a diminuição das
receitas por causa da diminuição de trabalhadores em efectividade de funções.
Obs. Para mais informações é favor
consultar uma notícia da RTP de 10 de Novembro de 2010 (a pensão máxima, na
Suíça, era, ao tempo, de 1.700,00 euros). O caro leitor poderá, ainda,
consultar www.swissinfo.ch/por/segurança-social/29725264.
IN Jornal de Matosinhos nº
1813, de 18 de Setembro de 2015
 
 
Sem comentários:
Enviar um comentário