A Comunicação Social, nos
últimos dias, deu notícia que, segundo dados do Banco de Portugal, a Dívida
Pública Nacional atingiu números nunca vistos (223.270 milhões de euros, em
Junho deste ano, segundo a óptica de Maastricht, correspondendo a 132,4% do PIB).
Ao dar a notícia, a
Comunicação Social deveria explicar aos portugueses o que é a óptica de Maastricht ou os critérios de Maastricht e não o fez.
A óptica
de Maastricht ou os critérios de
Maastricht relacionam-se com:
1 – a estabilidade dos preços – a inflação (subida
generalizada dos preços de bens e serviços) não deve ultrapassar os 1,5% por ano;
2 – o défice orçamental (a diferença entre a receita e a despesa
públicas – orçamento do Estado) não deve ultrapassar os 3% do PIB;
3 – o limite máximo da dívida pública não deve exceder os
60% do PIB;
4 – as taxas de juros de longo prazo não
deverão exceder em mais de 2% as taxas dos três estados-membros com as taxas de
inflação mais baixas no anterior;
5 – as taxas de câmbio devem permanecer,
durante 2 anos, entre as taxas de flutuação pré-definidas.
Dentro deste elenco está o motivo, segundo o
qual, a Dívida Nacional, quer em valores nominais quer em valores percentuais,
relativamente ao PIB, está a aumentar: de um valor respeitando, apenas, às
despesas do funcionamento do Estado, no seu sentido mais estrito (do Governo da
Nação - relação entre a receita cobrada e as despesas efectuadas) passou a
englobar todas as despesas Gerais do Estado, no seu sentido mais lato,
englobando, portanto a Administração Local (os Municípios e as Freguesias) e as
Empresas Públicas.
Ora, a generalidade das
Empresas Públicas têm défices crónicos e de valores verdadeiramente
astronómicos: a Refer ( -6.946,2 milhões), as Estradas de Portugal ( -3.201,6
milhões), o Metropolitano de Lisboa ( -4.280,9 milhões), a Metro do Porto, a STCP
(no Porto), a Carris (em Lisboa), as Águas de Portugal, a Parpública ( -4.909
milhões) as Administrações Portuárias ( -2.848 milhões), os Hospitais EPE ( -112,8
milhões), etc.
Acresce, para cálculo do valor da dívida, em valores percentuais, a
diminuição do PIB.
Ao longo dos tempos, a Dívida
Pública Portuguesa tem uma variação média
diária de:
» » 2009 – - 39,133 milhões
» » 2010 – - 52,132 milhões
» » 2011 – - 63,331 milhões
» » 2012 – - 53,616 milhões
» » 2013 – - 26,667 milhões
»
» 2014 (até 30 de Junho) – - 17,135
milhões
Depois de ter atingido o
máximo em 2011 baixou para um mínimo em 2014.
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Nota: os dados constantes do texto
são a dívida bruta, sem contar com a almofada
financeira existente (os depósitos bancários em nome das entidades
devedoras e os outros créditos), originando a dívida líquida que é o que,
verdadeiramente, importa.
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