Durante muitos anos, a República Francesa foi o centro de
acolhimento da Europa, para a qual fugiam todos os que se sentiam perseguidos
fossem quais fossem as razões dessas perseguições.
Foi o tempo em que a Europa era, de facto, o Centro
Cultural do Mundo. Mas essa Europa está em franca decadência porquanto são
inúmeras as situações factuais em que as perseguições são uma constante –
atentados bombistas, espancamentos na via pública, violações…
Sopram-nos, agora, da República Francesa ventos de
mudança. Mudança que nos faz lembrar outras eras em que os seres humanos eram
obrigados a trazer ao peito uma marca identificadora da sua origem étnica ou
religiosa.
Tempos que, julgava eu, não mais voltariam porque era
essa a vontade da Europa. Da Europa da Paz e da Reconciliação. A Europa da
Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
De facto, a fotografia infra, tirada de um jornal francês,
mostra claramente a placa identificadora que os sem-abrigo, numa cidade da República
Francesa, são obrigados a trazer ao peito.
Protestos?
Nenhuns, até ao momento.
Onde param, então, as inúmeras Associações defensoras dos
Direitos Humanos?
Onde param as Instituições Europeias?
Ondem param os partidos e organizações sempre prontos a
defender tudo e todos?
Será porque a doce França é Socialista?
IN Jornal de Matosinhos nº
1773, de 12 de Dezembro de 2014
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